Notícias
Casos de AVC entre mulheres crescem a cada ano
Médica alerta para fatores de risco e cuidados
A ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em mulheres cresce a cada ano, com necessidade de hospitalização, óbito, sequelas, como informa a médica Maria Júlia Monteiro Valença Vasconcelos, neurologista com especialização em neurovascular. Mas você sabe o que é o AVC e suas consequências? “AVC" significa acidente vascular cerebral e é causado pela súbita interrupção de circulação de sangue no cérebro. Isto ocorre por ruptura de um vaso (AVC hemorrágico) ou obstrução do vaso por um trombo (AVC isquêmico). Isto pode causar sequelas de funções neurológicas como dificuldade para falar, ver, mobilizar um dos braços ou um das pernas, perder sensibilidade em um dos braços ou uma das pernas”, alerta Maria Júlia, que trabalha no Hospital Memorial Arthur Ramos nos setores de emergência, UTI neurológica e apartamentos e é graduada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
De acordo com a médica, o AVC afeta ambos os sexos e todas as idades, porém “as mulheres têm fatores de risco específicos, como uso de anticoncepcionais, gestação, terapia de reposição hormonal, enxaqueca com aura”.
29 de outubro é dia mundial de combate ao AVC. A data vem para reforçar que a doença continua sendo uma das que mais mata e a que mais incapacita, como destaca a médica Maria Júlia, ao chamar atenção para os fatores de risco. “Hipertensão arterial, sedentarismo, diabetes, dislipidemia, idade avançada, história prévia da doença, etilismo, depressão, problemas cardíacos como fibrilação atrial”.
Maria Júlia Monteiro orienta que “na suspeita da doença, o paciente deve ser levado a um hospital com condições de fazer diagnóstico e tratamento. Deve ser submetido a exames da cabeça como tomografia ou ressonância”.
Já para a prevenção, como observa a médica, “recomenda-se hábitos de vida saudáveis, acompanhamento regular de eventuais problemas de saúde com uso correto de medicações prescritas pelo médico”.
Covid-19 X AVC
Durante a pandemia do novo coronavírus, que levou ao isolamento social, a médica revela que houve redução dos atendimentos e diz que isso provavelmente ocorreu porque as pessoas não foram aos hospitais. “Houve campanhas orientando a população para que na suspeita da doença não ficasse em casa. AVC e Covid podem ocorrer em concomitância e Covid pode ser causa de AVC”.
Quanto ao tratamento, a médica explica que trombolise é um dos tipos na fase aguda do AVC isquêmico. “Medicamento na veia que pode dissolver trombos. Este tratamento deve ser feito naquele com indicação em até 4 horas e meia do início dos sintomas.
Existe outro tratamento que é trombectomia mecânica que através de uma aspiração dentro do vaso o trombo pode ser retirado. Existem ainda diversos cuidados clínicos necessários a quem teve AVC, como controle da pressão, glicemia, prevenção de aspiração, etc. Não esquecer da reabilitação, que é direito de todo paciente que apresentou um AVC. Com fisioterapia, fonoaudiologia, na intenção de melhora de eventuais sequelas”, reforça a médica.